O mês de abril, entre tantas datas, possui três que se relacionam não só pelo fato de estarem próximas (19, 21 e 22) respectivamente: DIA DO ÍNDIO, TIRADENTES E DESCOBRIMENTO DO BRASIL, e sim também pelo motivo de serem datas fictícias do ponto de vista da história, já que as mesmas representam acontecimentos e situações que para a historiografia não faz sentido comemorar.
Todas elas estão envolta de discursos que criam e recriam mitos para vangloriar apenas um grupo que fez a história, esquecendo dos verdadeiros fatos e acontecimentos. Começaremos refletir na ordem das datas, percebendo o que estas significam para o calendário nacional e qual é o seu verdadeiro significado, ou seja, o que está por detrás de cada comemoração. Ou melhor, não faremos uma reflexão, promoveremos algumas indagações.
19 de abril – “Dia do Índio”, quer dizer, que os primeiros habitantes do Brasil, tem apenas um dia no ano no qual devem ser lembrados? Será que deve existir apenas uma data para lembrarmos dos índios? Será que todos os dias não são dias de índio? Será que essa data está sendo comemorada de forma correta? É certo colocar penas e pintar os alunos nesta data mesmo sabendo que a maioria dos índios não faz mais esses rituais? Será que todos os índios ainda vivem na oca como a escola ensina? Será que todos eles ainda adoram o sol e a lua? O que é ser índio? Essas e outras interrogações povoam a mente de algumas pessoas que não vêem significado nessa comemoração que as escolas e os meios de comunicação ainda fazem.
21 de abril – feriado nacional “Tiradentes” Essa aí já começa bem, o país todo é feriado em homenagem a um grande herói, Tiradentes. Foi realmente um herói? Para alguns historiadores ele é um vilão, só o colocaram como herói, porque toda história precisa de um. A maioria dos livros de história não vem falando essa parte, pois a história precisa de um herói que seja influente e que o povo goste sem saber o que ele é/foi realmente.
Não podemos deixar de pensar na importância histórica deste homem, também é impossível não destacar a sua contribuição, mas aqui, queremos enfatizar que a escolha dele para herói nacional foi baseada em critérios militares, elitista, como se não houvesse outros símbolos para nossa nação.
A última das três datas é uma piada pelo próprio título: DESCOBRIMENTO DO BRASIL. Afinal é possível descobrir algo que já existe? Será que os portugueses realmente não sabiam desta terra? Não havia ninguém aqui quando eles chegaram? E os índios? Se eles já viviam aqui é justo atribuir aos portugueses a descoberta desta terra? Não seria uma invasão? Invenção? Ou outro termo correspondente. A história oficial sempre nos ensinou que Pedro Álvares Cabral descobre esta terra. E aí decoramos todos os nomes que o Brasil recebeu, data da primeira missa e outros acontecimentos do período colonial. Faz sentido tudo isso? É válido aprender coisas que não correspondem à realidade?
Três datas e apenas uma reflexão, a história do Brasil não existe sob essa ótica. Os acontecimentos não foram iguais a historiografia tradicional nos mostra, não há significado estudar fatos que contam a história de apenas um povo: O PORTUGUÊS. Até quando abriremos os livros e veremos estampados fatos que não condizem com a verdadeira história? Cansamos de sermos excluídos da história da nossa própria nação. Queremos reparação!
ZENILDO SILVA